Os Verdadeiros e os Falsos Profetas
Luis Henrique Beust
agosto 2014
Quando a
maioria dos cristãos entra em contato com outra religião em geral, ou com a Fé
Bahá’í em particular, uma reação muito comum e natural é que sintam medo de
estar enfrentando um “falso profeta”.
Geralmente
é um medo difuso e confuso, pois eles reconhecem nestes Personagens Sagrados da
história, como Buda, Krishna e Bahá’u’lláh, evidências de nobreza, sacrifício,
santidade e soberania espiritual. Por outro lado, foram doutrinados a
considerar todos os profetas, com exceção de Jesus e daqueles citados no Antigo
Testamento, como falsos.
Esta
ambivalência gera uma angústia sofrida. A falta de clareza confunde o coração e
o entendimento. Seria mais fácil dizer: SIM, Eles todos são verdadeiros
profetas; ou NÃO, todos Eles são falsos profetas. Mas não é assim que o
Evangelho ensina. O texto bíblico nos exorta a usarmos nossa inteligência e
nossos dons espirituais para conseguirmos distinguir os verdadeiros Profetas
dos falsos.
A fim de
ajudar aquelas almas que buscam a serenidade da certeza e da percepção
espiritual, ofereço os argumentos abaixo, retirados da própria Bíblia, que
visam mostrar, sem qualquer sombra de dúvida, que Bahá’u’lláh e os demais
Profetas fundadores das religiões mundiais são verdadeiros Profetas, enviados
pelo Deus Pai para a salvação das almas e a correção das nações.
São
argumentos simples, mas irrefutáveis. Quem os desconsidera, evidentemente, não
busca a verdade e está longe de ser guiado pelo Espírito Santo.
1.
Virão
verdadeiros Profetas
Geralmente,
as pessoas pensam que os alertas de Jesus sobre os falsos profetas são uma
indicação de que não viriam verdadeiros. Entretanto, o texto do Evangelho
mostra que não é assim. O texto sagrado diz que devemos saber distinguir os
verdadeiros dos falsos, portanto, não viriam apenas falsos profetas, mas também
verdadeiros. Em I João, 4:1, diz o Evangelho:
Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.[1]
Portanto, é
preciso saber distinguir quando um
Profeta vem de Deus ou não, pois se rejeitarmos todos, sem investigar
adequadamente, certamente rejeitaremos aqueles que Deus enviou para nossa guia
e salvação.
Vejamos
mais. Em Mateus, 7:15-16, Jesus diz:
Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?[2][3]
É óbvio que
se somente viessem falsos profetas, Jesus não falaria em “conhecê-los” ou seja,
distingui-los. Ele também não diria para "guardar-se”
dos falsos profetas. Ele simplesmente diria que todos os profetas que
viesses seriam falsos, sem a necessidade de saber distinguir entre verdadeiros
e falsos.
2. Como reconhecer os verdadeiros Profetas
Jesus deu uma
receita muito simples para se distinguir os verdadeiros Profetas dos falsos. Em
Mateus 7:16-20, lemos:
Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
Jesus é enfático:
pelos frutos é possível distinguir os verdadeiros dos falsos profetas sem
erro ou engano. Jesus não diz que que por seus frutos “talvez os
conhecereis”, ou “mais ou menos ou conhecereis”. Não! Ele afirma “pelos seus
frutos os conhecereis”, certamente, inequivocamente, indubitavelmente.
Note-se que
Jesus diz claramente que “Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore
má dar frutos bons.” Portanto, segundo o texto do Evangelho, é claro que se
um Profeta dá bons frutos ele NECESSARIAMENTE é um verdadeiro Profeta, pois
o falso profeta, segundo Jesus, não pode dar frutos bons!
E quais são os frutos
bons? Em Gálatas, 5:22, aprendemos quais são os bons frutos que os verdadeiros
Profetas devem evidenciar:
Mas o fruto de Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.”
Portanto, para conhecermos
um verdadeiro Profeta, basta investigarmos Sua vida. Se ela foi uma vida de “caridade, gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança”, este Profeta,
sem dúvida alguma, segundo estabelecido pelo próprio Jesus, é um verdadeiro
Profeta, pois “uma má árvore não pode dar bons frutos”.
3.
Os falsos
profetas se disfarçam de bons
Um
argumento malvado com o qual algumas pessoas espiritualmente cegas querem
condenar os verdadeiros Profetas, é dizer que os falsos profetas se disfarças
de bons, para enganar os eleitos. Afinal, o texto bíblico diz que os falsos
profetas vêm “disfarçados em ovelhas” (Mt 7:15).
Porém, devemos entender
bem que eles vêm disfarçados de ovelhas, mas não são ovelhas, são “lobos
devoradores” (Mt 7:15). Ou seja, quando o mal se disfarça de bem ele não
consegue fazer o bem! Ele somente pode fazer o mal!
Quando Jesus fazia boas
obras, os espiritualmente cegos O condenavam dizendo que ele era o demônio
disfarçado de bom, para enganar as pessoas. A este argumento manhoso Jesus
respondeu com veemência:
Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá. Ora, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino? (Mateus 12:25-26)
Vemos aqui,
novamente, o argumento de que a má árvore não pode dar bons frutos. O bem é
feito pelo Espírito de Deus, nunca pelo espírito do mal.
Jesus,
inclusive, diz que a maneira como uma pessoa fala pode indicar ser ela é de
Deus ou não. Em Lucas, 6:45, diz o Senhor:
O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, do seu mau tesouro tira o mal; pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.
É claro,
claríssimo, pois, que todo aquele Profeta que faz o bem, que vive uma vida
santa, que ensina o amor e a devoção a Deus, e que fala o bem, é um verdadeiro
profeta. Quem se recusa a aceitá-Lo é dos perdidos.
4.
Outros
sinais dos verdadeiros profetas
Jesus
também nos deixou alguns outros sinais claros, que se somam aos anteriores,
para reconhecermos os verdadeiros Profetas em geral, e Bahá’u’lláh, em
particular. Vejamos:
4.1. Confissão de
Jesus Cristo
Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todos espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anti-cristo, do qual ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo.” (I João, 4:2-3. As ênfases são minhas)
Muhammad, no
Alcorão, 670 anos depois de Cristo, exalta Jesus em inúmeras passagens. Numa
delas, por exemplo, diz:
E a Jesus, Filho de Maria, demos sinais manifestos e Nós O fortalecemos com o Espírito Santo.” (Alcorão 2:253)
Fica
óbvio, pelo padrão dado pelo Evangelho, que Maomé é um “espírito que vem de
Deus”, ou seja, é um verdadeiro Profeta, pois Ele confessa que Jesus “veio em
carne”.
Da
mesma forma, Bahá’u’lláh escreveu:
Refleti como foi tratado, pelos Seus inimigos, Jesus - o Espírito de Deus, não obstante Sua humildade extrema e Sua perfeita ternura de coração. Tão veemente foi a oposição a qual Ele, a Essência do Ser e Senhor do visível e do invisível, teve de enfrentar, que não tinha Ele onde deitar a cabeça. Vagava continuamente de um lugar a outro, privado de uma morada permanente. (Seleção dos Escritos de Bahá’u’lláh, XXIII)
Outra vez,
não há como negar que Bahá’u’lláh é um verdadeiro Profeta, pois, Ele confessa,
em inúmeras passagens, a majestade e a santidade do Filho de Deus, e testemunha
que Ele veio em carne para a salvação dos homens. Quem contesta isso não
compreende nada daquilo que o texto do Evangelho ensina.
4.2. Quem não é
contra nós é por nós
Em uma passagem
muito interessante, o Evangelho nos conta que os apóstolos de Jesus, num acesso
de egoísmo espiritual, queriam impedir outras almas boas de fazerem o bem, só
porque não eram seguidoras de Jesus. Ou seja, queriam o monopólio da bondade!
Jesus os corrigiu, dando mais um sinal claro para o reconhecimento dos
verdadeiros profetas. Vejamos o texto completo:
Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava demônios; e lho proibimos, porque não te segue conosco. Respondeu-lhe Jesus: Não o proibais; porque quem não é contra nós é por nós.” (Lucas, 9:49-50)
Como é amplo o amor e o entendimento
de Jesus, e como é mesquinho o entendimento dos homens, mesmo daqueles
escolhidos por Ele para segui-Lo! Portanto, se um profeta ensina o bem, o amor,
e todas aquelas coisas que Cristo ensinou, e se este Profeta não é contra Jesus
ou Seus ensinamentos, este Profeta, seguramente, será por Jesus, ou seja, a
favor d’Ele, e será, também, um espírito iluminado por Deus.
Há, no mundo, muita confusão e
sofrimento por causa da rejeição dos Profetas enviados por Deus depois de
Jesus, apesar dos alertas contidos no Evangelho e da clareza dos ensinamentos
de Jesus sobre o reconhecimento dos Enviados de Deus para a guia dos homens.
Em suma, é muito claro:
a.
um
verdadeiro Profeta produz bons frutos e um falso profeta não consegue produzir
bons frutos;
b.
o
padrão dos frutos do espírito (caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão e temperança) é um padrão certeiro para reconhecer os verdadeiros Profetas. Os falsos
não conseguem viver os frutos do espírito;
c.
os
verdadeiros profetas testemunham que Jesus veio em carne para salvar os homens,
os falsos profetas não o fazem;
d.
todos
aqueles que não são contra Jesus, são Seus amigos e aliados;
Simples assim.
Que aqueles que têm olhos vejam, e
quem tem ouvidos ouça.
Que as almas que buscam a certeza a encontrem.
E que quem busca o Senhor das Hostes o tenha como Guia e Salvador.
Amém.
Que as almas que buscam a certeza a encontrem.
E que quem busca o Senhor das Hostes o tenha como Guia e Salvador.
Amém.
BIBLIOGRAFIA
ALCORÃO SAGRADO [1975]. Versão
portuguesa diretamente do árabe por Samir El Hayek. São Paulo: Tangará, 1975.
BAHÁ’U’LLÁH [1977]. Seleção dos Escritos de
Bahá’u’lláh. Tradução de Leonora Stirling Armstrong. Rio de Janeiro: Bahá’í
do Brasil, 1977.
BÍBLIA. New Revised Standard Version. Em inglês: https://www.biblegateway.com/.
12/3/15
BÍBLIA [2009]. Tradução de João Ferreira de Almeida, Revista e Corrigida (ARC, 2009). Em: https://www.biblegateway.com/. 12/3/15
BÍBLIA [2013]. Tradução de João Ferreira de Almeida, Século XXI.
Terceira edição, 2013, reimpressão 2017. São Paulo: Vida Nova, 2013.
SHOGHI EFFENDI [1985]. A
Dispensação de Bahá’u’lláh. 2ª ed. Rio de Janeiro: Bahá’í do Brasil, 1985.
THE HOLY QUR’AN [1990] King
Fahd’s Translation. English translation of the meaning and commentary. King
Fahd Holy Qur’ân Printing Complex. Medina, Saudi Arabia: King Fahd Holy Qur’ân
Printing Complex, 1410 H (1990).
THE KORAN [1981]
Dawood Translation. Translated with notes by N. J. Dawood. 4th revised ed.
Harmondsworth, Middlessex, England: Penguin Books, 1981.
THE KORAN [1983] Rodwell’s
Translation [1983]. Translated from the Arabic by J. M. Rodwell. Introduction
by G. Margoliouth. London: Everyman’s Library, 1983.
THE KORÂN [s.d.] Sales’ Translation
[s.d]. Translated into English from the original Arabic by George Sale. With
explanatory notes from the most approved commentators. With an introduction by
Sir Edward Denison Ross. London: Frederick Warne, s.d.
THE QUR’AN. Fourty
+ translations. Em inglês: https://www.islamawakened.com/index.php/qur-an/translation-list.
10/12/2018.
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